sexta-feira, 26 de agosto de 2011

LIBIA PÓS KADHAFI


Edição do dia 26/08/2011
26/08/2011 07h38 - Atualizado em 26/08/2011 07h59

Clima de insegurança toma conta das ruas de Trípoli, capital da Líbia

Uma das grandes dificuldades é desvendar de que lado lutam as centenas de homens com armas nas mãos: pró ou contra Muammar Kadhafi?

Os enviados especiais da TV globo a Líbia, Edu Bernardes e Marcos Uchôa, estão em Trípoli, a capital. Ao andar pelas ruas, os dois viram muita gente assustada: ainda não se sabe quem é rebelde e quem ainda é fiel ao ditador Muammar Kadhafi.
Olhando de cima, não se tem a ideia do inferno de baixo. Os rebeldes estão controlando a cidade, mas é difícil evitar a tensão para quem anda em ruas ainda bem vazias. Trípoli está longe de ser a barulhenta capital da Líbia dos tempos normais.
Mas como falar em normalidade para quem viveu 42 anos sob a ditadura de Muammar Kadhafi? Este tipo de controle é feito praticamente a cada quarteirão agora em Trípoli, porque eles não sabem quem é pró-Kadhafi, quem não é e quem ainda está teoricamente envolvido com o regime.
Os hospitais estão lotados. É muita gente ferida. Vários vão carregar sequelas para o resto da vida. Uns sofrem sozinhos e outros com a família. Também estão sendo tratados homens de Kadhafi que não querem ser filmados
Para os médicos, a situação está terrível. Atendem a 50 pessoas feridas por dia e não estão dando conta. “Tem gente morrendo por falta de remédios simples, problemas com infecção e até desidratação”, diz um médico.
Na porta do hospital, um rebelde diz que viveu fora do país por causa de Kadhafi, mas que agora voltou para sempre para a Líbia. Os cemitérios também estão cheios, com o sofrimento de quem perdeu parentes tão jovens.
Um homem diz que Kadhafi fez mal aos líbios, mas que ele sente como se estivesse nascido de novo. “Tenho um mês de vida”, diz. Em 17 de fevereiro tudo começou. Na Líbia, esta é a data que eles comemoram.
Falta pouco para tudo acabar. Kadhafi ainda está livre, mas pelo menos a fortaleza dele foi destruída. Dentro, os líbios passeavam com muita alegria. Pouco restava do que eram aposentos de um ditador.
 

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